17 de jun. de 2011

Roberto Campos - Homenagem a um Intelectual Liberal

Roberto de Oliveira Campos (Cuiabá, 17/04/1917Rio de Janeiro, 9/10/2001) foi um economista, diplomata e político . Ocupou os cargos de deputado federal, senador e ministro do Planejamento de Castello Branco.
 Colaborador e executor do Plano de Metas do governo JK, criador do BNDES e do Estatuto da Terra, inventor do plano de reestruturação econômica que possibilitou tirar da faixa de pobreza mais de 30 por cento da nossa população, Roberto Campos fez mais por este país do que qualquer outro intelectual brasileiro da sua geração. Mesmo que sua lição tivesse vindo somente pelo exemplo e não por milhares e milhares de páginas de luminosa graça e potente erudição, ele já teria sido um autêntico instrutor e guia da sua pátria: Magister patriae.
Em retribuição, foi também o mais caluniado, desprezado e aviltado personagem em meio século de História do Brasil. E não são coisas de jornais velhos. Ainda circulam livros didáticos que o mostram às crianças com as feições de um Drácula da economia. Mas, com todos esses quilômetros de papel sujo, seus detratores jamais conseguiram intimidá-lo, perturbá-lo ou extinguir seu bom humor. Conseguiram apenas fazer de si mesmos, coletivamente, um monumento à impotência da calúnia e à glória do caluniado.
O dr. Roberto não estava somente fora do alcance das palavras dessa gente: estava além do seu círculo de visão. Ele foi, num ambiente de crianças perversas, um dos raros exemplares brasileiros do spoudaios - o ‘homem maduro’ da ética de Aristóteles - que, tendo feito da objetividade o seu estado de ânimo natural, encarna a autoridade da razão e por isto está apto a fazer o bem ao seu país. O nome disso é humildade. Pois a humildade, dizia Frithjof Schuon, no fundo é apenas senso do real
.

- Olavo de Carvalho, filósofo, artigo para O Globo de 13/10/01

         Deixou uma autobiografia intitulada "A Lanterna na Popa",
        Economia, planejamento e nacionalismo (1963).
        Ensaios de história econômica e sociologia (1964).
        A moeda, o governo e o tempo (1964).
        Política econômica e mitos políticos (1965).
       A técnica e o riso (1967).
       Reflections on Latin American Development - University of Texas Press (1967).
       Do outro lado da cerca (1968).
       Ensaios contra a maré (1969)
       Temas e sistemas (1970).
       Função da empresa privada (1971).
      O mundo que vejo e não desejo (1976).
      Além do cotidiano (1985).
      Ensaios Imprudentes (1987).
      Guia para os perplexos (1988).
      O século esquisito (1990).
      Reflexões do crepúsculo (1991).
      A lanterna na popa (Memórias) (1994).
      Antologia do bom senso (1996).
      Na virada do milênio (Ensaios) (1998)
 
    A Nova Economia Brasileira (com Mário Henrique Simonsen) (1974).
    Formas Criativas no Desenvolvimento Brasileiro (com Mário Henrique  Simonsen) (1975)

    Frases de Roberto Campos

    "Há três maneiras de o homem conhecer a ruína: a mais rápida é pelo jogo; a mais agradável é com as mulheres; a mais segura é seguindo os conselhos de um economista."

    "O Brasil está tão distante do liberalismo - novo ou velho - como o planeta Terra da constelação da Ursa Maior!  "

         "   Sou chamado a responder rotineiramente a duas perguntas. A primeira é 'haverá saída para o Brasil?'. A segunda é 'que fazer?'. Respondo àquela dizendo que há três saídas: o aeroporto do Galeão, o de Cumbica e o liberalismo. A resposta à segunda pergunta é aprendermos de recentes experiências alheias"

    "Os comunistas sempre souberam chacoalhar as árvores para apanhar no chão os frutos. O que não sabem é plantá-las"

    "Segundo Marx, para acabar com os males do mundo, bastava distribuir. Foi fatal. Os socialistas nunca mais entenderam a escassez."

    "Nossas esquerdas não gostam dos pobres. Gostam mesmo é dos funcionários públicos. São estes que, gozando de estabilidade, fazem greves, votam no Lula, pagam contribuição para a CUT. Os pobres não fazem nada disso. São uns chatos..."

    "Os socialistas, e em especial os marxistas, sempre pensaram que existia um estado natural de abundância. Nada mais simples, portanto, que a economia de Robin Hood: tirar dos ricos para dar aos pobres"
    "Na verdade, o que temos contra os norte-americanos é nada mais do que inveja."



    "O PT é o partido dos trabalhadores que não trabalham, dos estudantes que não estudam e dos intelectuais que não pensam".

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